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25/03/2025

Impactos Ambientais da Pesca e Aquicultura: Adotar uma alimentação baseada em vegetais para proteger os oceanos

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Em 29 de março, a SVB, em parceria com o Fórum Animal e a Sea Shepherd Brasil, realizará a 2ª edição do evento Oceano Vivo. O encontro promoverá reflexões e debates sobre os impactos da pesca e da aquicultura nas perspectivas ambiental e da senciência animal, em apoio ao Dia Internacional Pelo Fim da Pesca e Aquicultura. O tema se mostra particularmente relevante já que as atividades pesqueiras e de aquicultura exercem impacto profundo nos ecossistemas aquáticos e no clima global. À medida que a demanda por pescados cresce, compreender suas consequências ambientais torna-se crucial.

A pesca exerce uma pressão significativa sobre os ecossistemas aquáticos, principalmente através da sobrepesca. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o cenário atual é alarmante: cerca de 38% dos estoques estão superexplorados, e outros 50% já atingiram seu limite máximo de exploração. Esta pressão intensa compromete a saúde e resiliência dos ecossistemas marinhos como um todo.

Nesse contexto, a pesca de arrasto é um problema alarmante. Esta técnica industrial causa diversas consequências graves, especialmente o bycatch, que afeta severamente a biodiversidade marinha ao capturar espécies não-alvo como mamíferos marinhos, tartarugas, aves marinhas, tubarões e invertebrados. A pesca de arrasto também provoca danos climáticos significativos: estudos recentes mostram que a perturbação dos sedimentos marinhos libera na atmosfera até 370 milhões de toneladas de CO2 por ano – mais que o dobro das emissões da queima de combustíveis fósseis por toda a indústria pesqueira global. Além disso, os equipamentos de pesca causam danos físicos consideráveis aos habitats, pois as redes de arrasto profundo destroem estruturas bentônicas essenciais, como recifes de coral e leitos de ervas marinhas, que são ambientes cruciais para a reprodução, alimentação e abrigo de inúmeras espécies.

A infraestrutura da pesca industrial também provoca alterações ambientais significativas. A construção de portos e a dragagem de canais modificam a hidrodinâmica local, comprometendo ecossistemas costeiros. Não bastasse, grandes embarcações pesqueiras, especialmente as de arrasto profundo, chegam a consumir de 1 a 2 litros de diesel por quilograma de peixe capturado, contribuindo substancialmente para as emissões globais de gases de efeito estufa.

Já a aquicultura, frequentemente apresentada como uma “alternativa sustentável”, cresceu 500% desde o final da década de 1980, gerando uma série de impactos. Um deles é a poluição aquática causada por efluentes ricos em nutrientes, que provoca eutrofização, enquanto produtos químicos e antibióticos contaminam o ambiente aquático. A aquicultura também impacta as populações selvagens de diversas formas adicionais: espécies não nativas que escapam das instalações podem competir com espécies locais e causar desequilíbrios ecológicos, e a reprodução em cativeiro pode contaminar o patrimônio genético das populações naturais quando há escape ou liberação de espécimes. Além disso, a produção de peixes carnívoros em cativeiro, como o salmão, depende significativamente de farinha e óleo de peixe obtidos de espécies selvagens, pressionando ainda mais os estoques pesqueiros.

Outro desafio ambiental significativo é a gestão inadequada dos resíduos orgânicos, ou sedimentos, produzidos em tanques de aquicultura, principalmente na carcinicultura intensiva (criação de camarões). Estes resíduos, quando não tratados adequadamente, contribuem para a poluição orgânica e o aumento de nutrientes e sólidos suspensos nos corpos d’água, prejudicando a qualidade da água e a vida aquática. Somado a isso, a destruição de habitats naturais, como manguezais, para a construção de tanques compromete a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos essenciais que estes ambientes proporcionam. Em termos de impacto climático, a aquicultura emite aproximadamente 260 milhões de toneladas de gases do efeito estufa por ano – um volume equivalente às emissões anuais totais da Espanha e que representa cerca de 0,5% das emissões globais.

Diante de tantos impactos, é urgente repensarmos nossos hábitos, e a adoção de uma alimentação baseada em vegetais oferece uma solução direta para esses problemas. Cada refeição vegana poupa vidas animais e contribui para a preservação dos oceanos.

Para reforçar a necessidade de conscientização sobre esse tema, organizamos o evento Oceano Vivo, que representa um movimento em direção a um futuro mais sustentável. Participe da 2ª edição do evento Oceano Vivo, no dia 29 de março na Unibes Cultural, em São Paulo, e junte-se a nós nesta mobilização para proteger nosso planeta para as gerações futuras.

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