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19/09/2024
Entidades Animalistas Apresentam Relatório Técnico para Criação de Grupo de Trabalho sobre Proteína e Leite Vegetal
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Em uma reunião com a Secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais, Maria Clara Padovan, e a Diretora de Defesa, Proteção e Direitos Animais, Vanessa Negrini, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), em conjunto com outras sete organizações, apresentou um relatório técnico que propõe a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial para fomentar políticas públicas voltadas à promoção de proteínas e leites vegetais no Brasil.
O documento, intitulado Proteína e Leite Vegetal: uma estratégia para o desenvolvimento sustentável e a justiça climática, defende que a transição para um sistema alimentar mais sustentável, com foco em alternativas vegetais, é fundamental para enfrentar questões ligadas à saúde, segurança alimentar, impactos ambientais, desenvolvimento econômico, justiça social e relação ética com animais.
Além da SVB, participaram da elaboração do relatório as seguintes entidades: Mercy For Animals, Humane Society International, Alianima, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, World Animal Protection, Animal Equality e o The Good Food Institute. As organizações trouxeram argumentos baseados em estudos científicos e relatórios internacionais que apontam os benefícios de uma dieta à base de plantas em diferentes aspectos.
Argumentos Centrais
O relatório aborda cinco áreas principais:
Saúde Humana: O consumo de alimentos de origem vegetal é associado a menores riscos de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares e câncer. O documento cita estudos que demonstram os benefícios de uma alimentação rica em frutas, legumes e grãos.
Segurança Alimentar: A produção de proteínas vegetais é mais eficiente em termos de recursos naturais, como água e solo, o que pode contribuir para sistemas alimentares mais resilientes e sustentáveis, garantindo o abastecimento global e o acesso a comida saudável para todos.
Impacto Ambiental: A pecuária é uma das maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. O relatório defende que a transição para proteínas vegetais poderia reduzir significativamente as emissões e o desmatamento, colaborando com as metas climáticas brasileiras e globais.
Bem-estar Animal: O documento também enfatiza a importância de considerar o sofrimento dos animais na produção alimentar. A criação intensiva de animais, comum no sistema atual, é vista como uma prática que precisa ser revisada e substituída por alternativas mais éticas.
Impacto Econômico: A transição para proteínas vegetais é apontada como uma oportunidade de crescimento econômico. O relatório argumenta que a promoção dessa indústria poderia gerar novos empregos, melhorar a competitividade internacional do Brasil e reduzir custos associados a doenças e impactos ambientais.
Recomendações
Ao final do relatório, é sugerida a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial para discutir e implementar políticas públicas que incentivem o desenvolvimento e o consumo de proteínas e leites vegetais, além de fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de substitutos para alimentos de origem animal.
O encontro com a Secretaria Nacional de Biodiversidade foi visto como um passo importante para iniciar esse diálogo dentro do governo, com foco em alinhar as políticas internas do país aos compromissos ambientais e sociais assumidos internacionalmente.