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27/07/2016
SVB Entrevista: Laurinha na Cozinha!
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– Há quanto tempo você é vegetariana? Como foi o período de transição?
Meu processo de mudança para o vegetarianismo e, depois, para o veganismo foi gradativo. Quando tinha 15 anos, decidi parar com a carne vermelha. Fiquei muitos anos ainda comendo frango, peixe e derivados. Aos poucos, cortei o leite, depois o frango, peixe e derivados. Hoje, sou vegana há aproximadamente 4 anos.
– Qual a principal causa que lhe fez tornar-se vegetariana? A causa ambiental, animal ou alimentar?
Inicialmente, parei com a carne vermelha por uma questão alimentar e essa escolha me levou a buscar outras respostas. Como sempre fiz esportes e meditação, logo, obtive uma melhora significativa nas minhas práticas e também no meu bem-estar.
– Qual a sua principal satisfação em ser vegetariana?
Minha principal satisfação, além do paladar, disposição e saúde, é saber que estou contribuindo para uma mudança no comportamento do planeta a fim de melhorar não somente nossa qualidade de vida, mas também de muitos outros seres vivos.
– Qual foi sua inspiração para começar a cozinha e explorar novos sabores da cozinha vegetariana?
Minha inspiração para cozinhar e especializar-me na culinária vegetariana e vegana surgiu quando mudei do Brasil para a Grécia. Lá os ingredientes são todos muito frescos, orgânicos e tem a famosa dieta do mediterrâneo, esses foram meus maiores incentivadores a arriscar-me nesse universo.
– No começo, foi difícil substituir os ingredientes à base de animal?
Nunca senti dificuldades em fazer substituições, talvez, porque nunca tenha encarado meu estilo de alimentação dessa maneira. Acho que quando algo não é primordial, fica fácil testar novos sabores. Não existe substituição, e sim muito mais qualidade e variedade de sabores.
– Quais são as principais alternativas que você utiliza para substituir a carne?
Como falei, não utilizo nenhum alimento como base de substituição. Quando penso em refeições, penso como elas podem ser balanceadas em proteínas, carboidratos e vitaminas que preciso para me manter saudável. Minha alimentação é rica em cereais, grãos, leguminosas (grão-de-bico, feijões, lentilhas, ervilha), verduras, legumes e frutas.
– Na sua profissão ou em algum trabalho, você já sofreu preconceito por ser vegetariana? Quais foram os principais desafios no começo?
Nunca senti nenhum tipo de preconceito por ser vegetariana, muito pelo contrário. Sempre senti que minha escolha despertava a curiosidade de muitas pessoas ao meu redor.
– Quais foram os alimentos ou ingredientes que mais lhe surpreenderam e você nunca imaginou que possuíam componentes de fonte animal?
Lembro que a alguns anos atrás, eu tomava colágeno hidrolisado e um dia resolvi entender como era feito. E dai veio a decepção. Parei na hora. Além disso, o que sempre me chocou foi como os produtos industrializados são mascarados. Lotados de açúcares, conservantes, produtos químicos fortíssimos e tantos nomes que mal conseguimos pronunciar. Por isso, acho que parar com o consumo de produtos industrializados é tão importante para a saúde (sua e do planeta) tanto quanto parar o consumo de carnes e insumos animais.
– Você gosta de brincar com as cores em um prato? Qual foi o prato mais diferente ou colorido que você já preparou?
Adoro refeições cheias de cores. Como diz a tradição japonesa, à qual tenho bastante respeito, antes de degustarmos uma refeição, devemos apreciar e gostar do que estamos vendo. Um prato bastante colorido que faço às vezes é moqueca de banana-da-terra! Além de delicioso, esse prato é belíssimo!
– Quais são os truques, técnicas ou estratégias para a culinária vegetariana? Quais são suas principais dicas?
Uma ótima dica é ter paciência e bons pensamentos enquanto coloca as mãos na massa. Nossa energia é transmitida para os alimentos e isso faz toda a diferença!
– Alguns restaurantes utilizam carnes em suas preparações que muitas pessoas nem imaginam, um exemplo disso é o feijão. Você possui alguma técnica ou dica para pessoas que são vegetarianas, mas têm dúvidas na hora de montar o prato em um restaurante?
Como dizia o Chacrinha, quem não se comunica, se trumbica! Melhor coisa, antes de fazer seu pedido em restaurantes, pergunte se vai carnes ou derivados no preparo. Sei que às vezes parece inconveniente e chato, mas sem dúvida é a melhor saída para não passar apertos. Na Europa, é supercomum os estabelecimentos sinalizarem quando os pratos são veganos ou vegetarianos. Alguns restaurantes por aqui já têm essa conduta. Espero que cada vez mais restaurantes aumentem a variedade de pratos vegetarianos no cardápio, afinal de contas, o vegetarianismo vem aumentando significantemente! O que me deixa muito feliz!